Entrevistas

Entrevista oferecida ao IGAY: 

Wilhelm Von Breymann, o primeiro Ministro gay da Costa Rica


Ele assumiu a pasta do Turismo em maio, com a eleição do presidente de centro-esquerda Luis Guillermo Solís. Na volta oficial de apresentação do novo governo, desfilou num estádio de futebol com seu companheiro, com quem está há 19 anos






Ele é um homem boa pinta, altão, forte, motoqueiro. Junto com seus dois irmãos, participa de viagens em que explora de moto territórios inóspitos, entre eles no Irã e no Afeganistão, como fez recentemente. Ele é o Ministro do Turismo da Costa Rica. E é gay.
Wilhelm von Breymann, 52 anos, tem orgulho de ser o primeiro gay assumido a ocupar um cargo de alto escalão no governo da Costa Rica, feito inédito também em todos os países da América Latina. Diz que nunca trabalhou tanto na vida como desde que assumiu o cargo, em maio passado, mas que tem muito ainda a fazer.
Em abril, por ocasião da eleição do presidente de centro-esquerda Luis Guillermo Solís, que assumiu para um mandato de quatro anos, von Breymann desfilou ao lado de seu companheiro, com quem vive há 19 anos, na "volta oficial" de apresentação do novo governo. Em um estádio de futebol, o esporte nacional da Costa Rica, o presidente e seu time de ministros caminharam diante de 30 mil pessoas em evento transmitido em rede nacional. O presidente e todos os ministros estavam acompanhados de suas mulheres; apenas Von Breymann destoava da combinação. “Vivo com ele há 19 anos, é meu companheiro de vida. Se não pudesse estar com ele naquele momento, não teria aceitado o convite".
Segundo von Breymann, foi o próprio presidente quem o procurou pessoalmente para oferecer o cargo. Até então, era um executivo do ramo do Turismo, cuidando de uma agência de viagens e de uma locadora de automóveis que por ora estão a cargo do parceiro. "Ele também está trabalhando mais do que nunca", brinca o ministro, que ri ao lembrar que os costarriquenhos, ao conhecê-lo melhor, estranharam o fato de que ele, sendo gay, tem o hobby de fazer viagens de aventura radical de moto pelo mundo, acampando onde der, dormindo ao relento. "Realmente, não é uma coisa muito gay", comentou o jornalista mexicano Francisco Robledo. Ele contestou: "Como assim? Eu não posso ser gay e motoqueiro?"
Ele conta que desde que assumiu o ministério, volta olímpica e tudo, tem consciência de que deu muita visibilidade aos gays na Costa Rica. Por isso, recebeu várias mensagens de apoio de parte da população, e teve também uma certa rejeição de alguns (poucos) conservadores. Veja na entrevista a seguir a opinião do ministro sobre por que a Costa Rica é um país naturalmente receptivo aos LGBT.
 iGay - Qual sua explicação para a Costa Rica ter uma postura mais inclusiva com relação aos LGBT, diferente de outros países da América Latina?  
WVB - A população da Costa Rica tem um nível de educação muito superior a muitos países do mundo. O exército foi abolido em 1948, e toda a verba usada para mantê-lo foi destinada à Educação. As escolas são públicas e o ensino é obrigatório até a 6ª série, 96% da população é alfabetizada e o nível de educação que os costarriquenses recebem há décadas é um dos responsáveis para que haja respeito entre as pessoas. Quem tem orientação sexual diferente é aceito como qualquer outra pessoa.
iGay - Como foi para você crescer gay na Costa Rica?
WVB - Tive minhas questões pessoais quando descobri minha sexualidade. 30 anos atrás, quando comecei minha vida sexual, as coisas eram um pouco diferentes, a questão da sexualidade era mais velada. Hoje a homossexualidade é tratada com naturalidade e não sabemos de casos recentes de violência ou agressão contra gays na Costa Rica. O conselho que dou aos turistas gays é o mesmo que daria a todos os outros: 'É bom ter um pouco de cuidado.' 
iGay - Qual é o maior desafio do atual governo?
WVB - Estabelecer mudanças sem forçar. O governo anterior estava no poder há 8 anos, e estava meio letárgico, fazendo tudo igual. Estamos num cruzamento, o presidente não pode fazer uma curva muito acentuada para a nova direção.
iGay - Quais são as principais atrações da Costa Rica?
WVB - A Costa Rica é um país pequeno e cheio de coisas para ver. Dá para surfar em praticamente todas as praias. De um lado está o Oceano Pacífico, com suas praias mais selvagens, de outro o mar do Caribe, com praias de areia dourada e construções cor de tijolo. A floresta tropical cresceu e hoje cobre 52% do território. É a mais densa floresta tropical ao norte do Amazonas. As áreas que tinham sido desmatadas no passado e transformadas em pasto voltaram a ser reflorestadas. Descobrimos que a floresta pode ser um melhor negócio do que a carne, e assim nasceu o conceito de ecoturismo. 
iGay - Qual é a melhor época para visitar o país?
WVB - A estação seca vai de novembro a maio. De maio a novembro, a estação verde. Não queremos chamar de estação chuvosa para não afugentar os turistas. No ano novo temos imensas comemorações.
Gay - Como é o estilo das hospedagens?
WVB - 80% dos hoteis têm menos de 25 quartos, mas há também hospedagens de luxo em resorts com spa, marina e campo de golfe. Os hoteis podem indicar caminhadas pela floresta tropical, atividades de esporte radical, passeios de barco para ver baleias e golfinhos. Alguns hoteis têm iluminação noturna para observação de crocodilos.
iGay - Como é a personalidade do habitante da Costa Rica?
WVB - Aberto, alegre, relaxado e fácil de lidar.

Disponível em: http://igay.ig.com.br/2014-10-20/entrevista-wilhelm-von-breymann-o-primeiro-ministro-gay-da-costa-rica.html



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Entrevista EXCLUSIVA com um dos mais ativos militantes da causa LGBT no ES e também coordenador do curso Gênero e Diversidade na Escola, Toninho Lopes. 




Toninho Lopes

Toninho Lopes: Primeiramente quero fazer uma consideração da importância desse trabalho, esse tema é um tema muito caro (IMPORTANTE) para mim, pois sou militante do movimento LGBT. Quero que saiba que ter pessoas se dispondo a entender e pensar políticas públicas para essa população é muito importante, não posso deixar de destacar a importância desse trabalho. Parabéns a vocês e a todos os envolvidos!


Homosimpatia: Toninho, atualmente houve a Parada do Orgulho LGBT (São Paulo) que é Considerada uma das maiores do mundo. A edição deste ano da teve como tema “País sem Homolesbotransfobia: Chega de Mortes! Criminalização Já!”. Como o Sr. vê esse tipo de manifestação - Parada do Orgulho LGBT?

Toninho Lopes: As paradas têm uma importância muito grande do ponto de vista da visibilidade. A sociedade heteronormativa discrimina, maltrata, violente e até assassina a paopulalçao LGBT. O Brasil é considerado uns dos países que mais mata comunidade LGBT. As paradas têm essa importância a de dar a visibilidade a essa comunidade.

Homosimpatia: E no ES? Temos Parada do Orgulho LGBT?

Toninho Lopes: Aqui no ES nós temos há 10 anos manifestos em diferentes municípios, como:  Vitória, Cariacica, Serra, Linhares, Colatina e outros. É um dia de manifestar o orgulho, dia de protestar a violência e reivindicar direitos e isso a gente tem feito.
Vale destacar que o município da Serra iniciou um ciclo diferente, o manifesto é um ápice de uma programação de atividades em escolas, como palestras e a parada é apenas um elemento. Avalio a o município da Serra como um exemplo de modelo que acredito e oposto.

Mas cada município tem sua particularidade. Tem sua forma de se expressar. O município de Linhares tem uma ONG chamada “Associação Linharense de Apoio a Homossexualidade” e só depois de 05 anos de existência dessa ONG que é foi realizar a primeira parada.



Homosimpatia:  Quais avanços que o Estado do ES teve no que diz respeito a legislação (Leis)?


Toninho Lopes: Constando o marco da ausência da criminalização da homofobia e considerando que casamento civil entre pessoas do mesmo sexo é algo real, vindo pelo legislativo, no caso do Estado do Espirito Santo, nós só temos uma lei que institui o dia Estadual de Combate a Homofobia - 17 de maio. Uma lei importante, mas só temos isso. Não temos nenhuma outra lei, embora lá (Assembleia Legislativa) tenhamos em outras épocas tido uma frente parlamentar contra homofobia, em alguns anos foi atuante, hoje não temos mais, existi uma ausência muito grande de regulamento/ leis. E pior que essa ausência, agora tem um deputado que está propondo uma lei que proíbe travesti e transexuais de usar nome social nos espaços públicos. Isso é um completo absurdo, já não bastasse não ter leis tem alguém que proíbe. O nome social é o primeiro passo para inclusão dessas pessoas.


Homosimpatia:  Do seu ponto de vista como você avalia o Governo do Estado ES? Tem contribuído para o combate da Homofobia? De que forma?

Toninho Lopes: O Estado do Espirito Santa é muito conservador, mas o Governo tem sim contribuído, de forma bem tímida. Destaco a Secretaria de Segurança Pública. Foi dado posse a um GT (grupo de trabalho) que irá extrair projetos/ propostas dos relatórios da conferencia LGBT (2008 e 2011) para implementa-los.
Ainda na Secretaria de Segurança Pública ressalto que ela vai passar a contabilizar os crimes de natureza homofobica. Esses dados serão de extrema importância, pois assim vamos poder construir nossas politicas publicas.
A polícia civil também teve uma formação de diversidade sexual.Essa formação é muito importante.
Mas temos muitos desafios, estamos tentando fazer um grupo de trabalho na Educação, mas estamos tendo algumas dificuldades.
Também desejamos um conselho estadual LGBT. O Estado não tem.
Precisamos avançar muito mais.




#homosimpatia

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